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CNC reduz projeção de vendas para 2019

O recuo de 3,4% no volume de vendas do varejo em março, comparado com igual mês do ano passado, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), levou a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) a revisar de +5,2% para +4,9% sua projeção de crescimento do volume de vendas para o varejo ampliado este ano. Se confirmado, o ritmo de expansão do volume de vendas do varejo ficaria abaixo da taxa verificada no ano passado (+5,0%).

A CNC destaca que o resultado negativo de -3,4% nas vendas, na comparação anual, é o pior resultado nos comparativos anuais desde fevereiro de 2017 (-4,8%), e pode ser parcialmente atribuído ao efeito calendário, na medida em que o Carnaval – que neste ano caiu em março e não em fevereiro como no ano passado – reduziu o número de dias úteis para o varejo. Entretanto, o travamento do mercado de trabalho segue se colocando como um empecilho à retomada de ritmo das vendas.

“O nível recorde de subutilização da força de trabalho, com aumento da informalidade, tem evidenciado a atual fraqueza da atividade econômica em geral”, aponta José Roberto Tadros, presidente da Confederação.

Fabio Bentes, economista-chefe da CNC, explica que, levando-se em conta o avanço das taxas de juros ao consumidor nos últimos quatro meses e a inflação mais elevada para um primeiro trimestre dos últimos três anos, o desempenho do varejo brasileiro não poderia ter sido significativamente positivo.

PMC

De acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE, o volume de vendas do varejo ampliado nos três primeiros meses de 2019, já computados os ajustes sazonais, cresceu 0,3% em relação aos três últimos meses de 2018. Esse resultado repetiu o fraco desempenho do fim do ano passado, e ambos, portanto, representam os trimestres mais fracos em termos de expansão do volume de vendas desde o quarto final de 2016 (+0,1%).

Os destaques negativos que resultaram no recuo de 3,4% no volume de vendas do varejo em março ficaram por conta das retrações verificadas nos segmentos de livrarias e papelarias (-36,7%), hiper e supermercados (-5,7%) e combustíveis e lubrificantes (-4,3%). Dos dez segmentos pesquisados, apenas as farmácias e perfumarias (+3,8%) e as lojas de artigos de informática e comunicação (+0,6%) perceberam aumentos reais de faturamento ante março de 2018.