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Dia dos Pais: Greve dos caminhoneiros derruba expectativa do varejo

Ação reduziu em quase 45% previsão de vendas para o mês de agosto

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A greve dos caminhoneiros, ocorrida na última dezena de maio, ainda vem causando efeito negativo em diversos setores da economia, e no varejo não é diferente. A previsão de crescimento nas vendas para o mês de agosto, em função do Dia dos Pais, caiu de 4,7% para 2,6%, segundo levantamento realizado pela assessoria econômica do Sincomercio (Sindicato dos Lojistas e do Comércio Varejista de Americana, Nova Odessa e Santa Bárbara d’Oeste).

“O desempenho, que já vinha sendo modesto nas últimas datas especiais, deve ser menor no Dia dos Pais do que o previsto inicialmente, impactado, principalmente, pela greve dos caminhoneiros”, prevê Caroline Miranda Brandão, assessora econômica do Sincomercio. A ação, que durou de 21 a 30 de maio, causou desabastecimento em vários estabelecimentos, perda de mercadorias perecíveis, atraso na linha de produção, e interrompeu um ciclo de crescimento econômico.

Confira a previsão para cada atividade nos municípios da base do Sincomercio:

PREVISÃO INICIAL – SEM CONSIDERAR A GREVE

Farmácias Eletroeletrônicos Móveis Vestuário Outras Total
4,5% 7,5% 5,8% -2% 5,8% 4,7%

PREVISÃO ATUAL – CONSIDERANDO A GREVE

Farmácias Eletroeletrônicos Móveis Vestuário Outras Total
3% 6,2% 3,8% -3% 3,3% 2,6%

Emprego

Segundo a assessoria econômica do Sincomercio, o Dia dos Pais deve gerar 350 empregos no varejo dos municípios de Americana, Nova Odessa e Santa Bárbara d’Oeste. “Isso não é garantia de crescimento garantido nos postos de trabalho, pois grande parte da mão de obra é contratada em regime temporário ou mesmo intermitente, apenas para suprir demandas pontuais”, conclui Caroline.

IBGE

As vendas do comércio varejista brasileiro caíram 0,3% em junho na comparação com o mês anterior, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Trata-se do segundo resultado negativo consecutivo, acumulando perda de 1,5% em dois meses. A taxa de maio foi revisada para queda de 1,2% em vez de 0,6%, devido à greve dos caminhoneiros que causou desabastecimento e queda no consumo também no mês seguinte.

Com o resultado de junho, o patamar de vendas do comércio varejista ficou 7,7% abaixo do nível recorde do setor, alcançado em outubro de 2014. Essa distância chegou a 13,4% em dezembro de 2016, o que demonstra recuperação gradativa do setor. Em relação a junho do ano passado, o comércio varejista cresceu 1,5%. Foi a 15ª taxa positiva seguida, embora menor que a de maio (2,7%).